Dia Mundial dos Direitos do Consumidor: O que Valorizamos nos Rótulos Alimentares?

Publicado por: José Sampaio

Post Date 15/mar/2018 10:57:14

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15 de Março é uma data a celebrar. É O Dia Mundial dos Direitos do Consumidor.

Tudo começou num dia de 1962, em que John F. Kennedy, 35.° presidente dos Estados Unidos, inflamou o Congresso Americano com a mítica frase “consumidores somos todos nós” e implementou quatro direitos fundamentais à protecção dos consumidores americanos. O Direito à Segurança, o Direito à Informação, o Direito à Escolha e o Direito a ser ouvido tornaram-se fizeram justiça nos Estados Unidos e tornaram-se directrizes basilares dos consumidores de todo o mundo, até aos dias de hoje.

Direitos em forma de rótulos

Quando transportamos estes direitos para o campo dos rótulos alimentares e a sua relação com os consumidores, levantam-se questões sobre transparência, clareza, confiança, ética social e ambiental, hábitos alimentares e culturais.

É importante perceber qual é a relação dos consumidores com os rótulos alimentares. Quem são os consumidores que lêem os rótulos? O que procuram na informação nutricional dos produtos? E porquê?

Conhecer as respostas a estas questões, é conhecer os valores que movem os seus clientes consumidores nessa escolha sensível e vital que é optar por certos produtos em vez de outros.

Rótulo nutricional e o consumidor no mundo

“Não é uma questão de reclamar acerca de um produto, os consumidores estão, sim, a tentar ser mais conscientes em relação à sua Saúde e mais informados sobre aquilo que comem”. Yasemin Ozdemir, analista de marketing da Innova, na reunião anual e exposição de comida do ”Instituto de Tecnologia de Comida”

Vive-se um tempo desafiante para a indústria agro-alimentar no que respeita à rotulagem nutricional. De certo modo o consumidor contemporâneo está mais atento ao impacto que a sua escolha por um produto alimentar irá ter ao nível social, ambiental e de Saúde.

O relatório anual “Tendências Globais de Consumo”, de 2016, representante de 20 mercados espalhados pelo planeta, conta-nos que os consumidores estão mais atentos aos rótulos. Para mais de metade, ler o rótulo foi importante para evitar ingredientes que não queriam consumir.

A maioria dos consumidores procuram ingredientes mais “verdes”, orgânicos e produtos amigos do ambiente. Metade assume que a informação “natural” significa sem aditivos artificiais ou produtos químicos, a outra metade questiona se natural significa “orgânico” ou mais saudável que o “não-natural”.

Com a ajuda de um estudo desenvolvido, em 2015, pela Hartman Group, a autoridade de referência em tendências da indústria alimentar, ficamos a saber que a informação da declaração nutricional, lida com mais atenção pelos consumidores, é a que diz respeito ao açúcar e ao sal, às gorduras. Por outro lado, a percentagem de colesterol, fibra, vitaminas e minerais, já não parece entusiasmá-los tanto.

Segundo um estudo da empresa de coaching nutricional, Precision Nutrition, existe uma ordem de preferência de informação com que as pessoas escrutinam os rótulos alimentares: calorias, gorduras, açúcar, colesterol, gorduras trans, proteínas, sódio, hidratos de carbono e, por fim, as gorduras saturadas.

Nós, portugueses, e os rótulos alimentares

E os portugueses, estarão em sintonia com as tendências globais da relação consumidor-rótulo nutricional? Estão, com certeza, mas com algumas variações.

Quem nos comprova isso é a Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto (FCNAUP), com o estudo “Atitude dos Consumidores Portugueses Face à Rotulagem”.

Publicado em 2017, este estudo revela que a maioria dos portugueses tem a preocupação de ler o rótulo antes de comprar um produto alimentar, sendo as mulheres e os indivíduos com maior grau de escolaridade, que mais espreitam a parte de trás das embalagens dos produtos alimentares para lhes decifrar a composição.

Os principais motivos que levam os portugueses a procurar informação nos rótulos nutricionais variam entre o prazo de validade, as instruções de uso e a necessidade/curiosidade de ser mais informado sobre certos nutrientes. Os alimentos para crianças, os cereais de pequeno-almoço e as refeições pré-embaladas, são os produtos com os rótulos mais lidos pelos nossos consumidores.

Estudo Tetra Pak - “Boa embalagem, boa vida”:

Em jeito de conclusão, partilhamos algumas conclusões do estudo realizado pela multinacional sueca, Tetra Pak, sobre os padrões de consumo dos portugueses e as suas expectativas em relação ao mercado: 

  • 58% dos portugueses consideram-se consumidores conscientes da importância da saúde;
  • 77% considera importante que os alimentos não tenham aditivos nem conservantes;
  • 55% julga ser relevante o produto ter uma certificação ambiental;
  • 62% acredita que o leite e o sumo em embalagens distribuídas à temperatura ambiente contêm conservantes, o que não é verdade;
  • 65% afirmam ter em conta a embalagem no momento de escolher um alimento ou bebida.

E você? O que é que valoriza ou irrita mais nos rótulos de produtos alimentares? Deixe o seu comentário abaixo ou fale já com um especialista

Autor: José Sampaio

Director Geral da Codimarc. Há mais de 18 anos a aprender, inovar e partilhar formas de Rotular, Etiquetar e Codificar os mais variados produtos na indústria Portuguesa.

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Tópicos: Rótulos Alimentares

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