No mercado actual há um número infinito de produtos alimentares que complica a nossa escolha como consumidores. Essa tomada de decisão é bastante influenciada pela imagem que é dada pelos rótulos alimentares.
No entanto, a crescente "moda" da alimentação saudável faz com que estejamos mais atentos ao conteúdo dos rótulos e não apenas ao seu visual. É assim importante sabermos interpretar as várias informações incluídas nesses rótulos, para que a nossa escolha seja a melhor.
Estes são alguns dos pontos que devemos estar mais informados para saber como ler correctamente os rótulos alimentares:
1. Denominação de venda
É o nome do alimento, isto é, leite, ovos, farinha, etc. É importante porque também contém sempre a informação se o alimento sofreu algum tipo de processamento: congelado, pasteurizado, concentrado, entre outros.
2. Lista de ingredientes
É a parte do rótulo a que prestamos mais atenção. Inclui todos os ingredientes do produto, por ordem decrescente de quantidade. Assim, alimentos que apresentem como primeiros ingredientes o açúcar, óleos e gorduras devem ser escolhidos com moderação. O ideal é optarmos por listas com ingredientes que conhecemos, listas mais curtas pois essas normalmente pertencem a alimentos com menos aditivos como corantes e conservantes.
3. Condições de conservação
São as condições em que devemos manter o alimento. É uma informação obrigatória para alimentos que mais facilmente se estragam como os iogurtes ou o leite.
4. Prazo de validade
Este é mais um elemento que nunca devemos esquecer na análise de um rótulo. O prazo de validade indica-nos até quando podemos consumir o alimento. Pode estar descrito de duas formas:
- Data limite de consumo para alimentos que facilmente se deterioram como o leite e o queijo fresco, aparecendo com a indicação “Consumir até (dia/mês)”;
- data de durabilidade mínima que surge nos alimentos com a expressão “Consumir de preferência antes de (dia/mês)” para alimentos com uma duração inferior a 3 meses, como por exemplo o pão-de-forma, “Consumir de preferência antes do fim de (mês/ano)” em alimentos como o arroz ou a massa que têm uma duração entre 3 a 18 meses ou só o ano em alimentos com duração superior a 18 meses, como o mel.
5. Alimentos com substâncias alergénicas
Algumas pessoas apresentam alergias a ingredientes existentes nos alimentos. Devemos estar atentos aos rótulos que identificam as substâncias alergénicas, de forma obrigatória. Os alimentos que causam alergias com maior frequência são o leite, a soja, o marisco e os amendoins.
6. Porção do alimento
Geralmente os rótulos alimentares indicam o valor nutricional por 100g e por porção. Essa porção deve corresponder ao que costumamos ingerir, mas isso nem sempre acontece. Devemos assim calcular bem a quantidade que estamos a ingerir para melhor avaliarmos o seu valor nutricional.
7. Produtos com a designação Light, 0% ou Magros
Estas são 3 expressões que vemos muitas vezes associadas a uma alimentação mais saudável. Mas convém ter bem presente o que significa cada uma destas distinções.
- Um produto Light significa que teve uma redução mínima de 30% na quantidade de um nutriente - normalmente a gordura, sal ou açúcar - em relação ao produto original.
- Um produto 0% indica a eliminação total de um nutriente. Conseguimos encontrar facilmente alimentos com a indicação 0% Gordura ou 0% Açúcar, por exemplo.
- Os alimentos magros são os que têm uma redução no teor de gordura.
De realçar que para manter o sabor como o original, as marcas compensam nos outros nutrientes, ou seja, podem baixar o nível de açúcar mas aumentar a gordura, ou vice-versa. Devemos sempre comparar os produtos para vermos a verdadeira diferença.
8. Informação Nutricional
A informação nutricional do rótulo, juntamente com a porção, ajudam-nos a perceber e a escolher os alimentos mais saudáveis. Devemos sempre optar por alimentos com baixo teor de açúcar, cerca de 10g por 100g de produto, o que nem sempre é simples. O consumo de gorduras saturadas também deve ser reduzido, bem como o teor de sal/sódio. Pelo contrário, alimentos ricos em fibra, pelo menos 3g por 100g de produto, são aconselháveis, pois ajudam o funcionamento do intestino e diminuem a fome.
O Rótulo e a Alimentação Saudável
Com estes conhecimentos em mente conseguimos perceber a importância de um bom rótulo alimentar e avaliar o rótulo de outra forma. Ao olharmos não só para o visual do rótulo mas também para o seu conteúdo, acabamos por tomar uma decisão mais informada e potencialmente mais saudável.
Se está a passar por dificuldades na rotulagem de produtos alimentares, peça ajuda a um profissional que o vai ajudar nesse processo.
Autor: Hugo Oliveira
